quarta-feira, 25 de julho de 2012

O profissional manicura nos dias atuais






Os tempos mudaram e ser uma manicure de sucesso não se resume a uma cutícula bem feita. As novidades no mundo da beleza estão levando as profissionais a procurarem qualificação para se manterem no mercado.

Responsável pelo embelezamento das mãos e dos pés, a manicure ou pedicure precisa estar atenta às novidades que surgem no universo da beleza. Todo ano as empresas de cosméticos despejam no mercado uma série de produtos e equipamentos sofisticados, que requerem reciclagem constante destas profissionais.

A área de trabalho mudou muito de uns anos para cá. Segundo Osvaldo Alcântara, gerente do Centro Técnico da Ikesaki e idealizador do Primeiro Encontro de Manicures realizado em fevereiro deste ano, antigamente a profissão não tinha visibilidade e acabava sendo exercida por pessoas sem perspectivas de vida, mas hoje em dia a situação é completamente diferente. “As pessoas acham que manicure só serve para tirar e colocar esmaltes. Não existe mais isso. Hoje, a profissional deve saber fazer uma boa massagem para aliviar a tensão e também entender de marketing, divulgando todos os serviços do salão”, afirma.

Diversas instituições de ensino oferecem cursos profissionalizantes, que ajudam na reciclagem de conhecimento. Mas parece que ainda não é o suficiente. “A parte da educação está melhorando muito com diversos cursos, apesar de não serem reconhecidos. Porém, várias profissionais continuam aprendendo somente pela prática”, explica o Dr. Luiz Roberto Terzian, coordenador do Congresso de Manicures da Hair Brasil.

Saúde em destaque

A profissional manicure está ligada diretamente com a saúde e deve ter uma formação sólida nesse quesito, afirma Alcântara. “A manicure não está restrita apenas à retirada da cutícula, isso 90% das profissionais sabem. Além da área da beleza, ela está inserida na área de saúde e deve dominar o assunto”.

Segundo Ana Lavaquial, gerente do Centro de Tecnologia em Beleza do Senac (RJ), a Vigilância Sanitária tem sido rigorosa com as profissionais. “As manicures que já atuavam no mercado, mas não tinham certificação, tiveram que procurar uma instituição de ensino para se atualizar”.

De fato, a questão da saúde é um assunto que poucas dominam, apesar de ser fundamental no dia-a-dia dos salões de beleza. A falta de cuidados com os materiais de trabalho pode transmitir doenças como Hepatite B e C, Aids, causar infecções e reações alérgicas.

Profissional experiente quando o assunto é saúde na área de manicures e podólogos, a cosmetóloga e fisioterapeuta Gisele Belotti, afirma que as principais dúvidas das profissionais são os procedimentos de esterilização. Seguindo as normas da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), alicates e espátulas devem passar pelo método autoclave ou vapor saturado, ou ainda, pela estufa, devendo permanecer por uma hora na temperatura de 170º ou duas horas em 160º para que os microorganismos presentes nestes instrumentos sejam eliminados. Além disso, luvas descartáveis devem ser usadas durante todo o atendimento. Pensando na proteção, muitas clientes preferem trazer os próprios materiais para o salão, mas Gisele faz uma ressalva: “Não há problemas com a cliente que opte por trazer seu alicate ou espátula de casa, mas é responsabilidade da profissional esterilizá-los antes do uso, lembrando que lixas e paus de laranjeira são totalmente descartáveis”.

Muitos especialistas condenam a retirada da cutícula, pois ela é a proteção da matriz da unha. Belotti explica que apesar da condenação, o mercado brasileiro solicita este trabalho e resta à profissional saber identificar qual tipo de cutícula pode ser extraída. “Peles finas e bastante delgada não devem ter a cutícula retirada. Além disso, há as contra-indicações absolutas, que são as gestantes, diabéticos e portadores de problemas vasculares graves, tais como: trombose e tromboflebite”.


Além da técnica

Mais do que ter habilidade para realizar uma unha decorada ou retirar com perfeição a cutícula, uma manicure competente deve possuir uma formação mais ampla. “Os cursos são importantes não só para o desenvolvimento da parte técnica, mas também das competências comportamentais”, acredita Ana Lavaquial, gerente do Centro de Tecnologia em Beleza do Senac (RJ). No curso ministrado pela instituição, a disciplina “Beleza como profissão” trata, além da inserção no mercado da beleza, a ética profissional.

No Congresso de Manicures, promovido pela Beauty Fair, uma das palestras mais aplaudidas diz respeito ao atendimento ao cliente. Para a coordenadora do evento, Valéria Rossi, o assunto deve ser levado a sério. “As manicures são fundamentais para qualquer empreendimento na área de beleza. Estas profissionais servem como porta de entrada do cliente e a fidelização dele. São elas quem realizam o primeiro contato”.


Os cursos e feiras destinados às manicures também procuram orientar sobre administração. Dr. Luiz Roberto Terzian acredita que as manicures devem se ver como profissionais de negócios. Para isso, procura sempre convidar um profissional especializado para palestrar na Hair Brasil. As alunas do Senac Rio também aprendem sobre gestão do trabalho, aonde o foco é o desenvolvimento de competências para atuar por conta própria, como manter a agenda atualizada, negociar preços e manter registros atualizados de custos e despesas.

A moda também ganha destaque especial nos eventos dedicados às manicures e pedicures. “Procuramos levar novidades do mundo da moda traduzidas em um desfile que alia a tendência da próxima estação em roupas, cores e design de unhas”, explica Valéria Rossi, afirmando que a próxima edição da Beauty Fair terá ainda mais moda para as participantes. Com a mesma preocupação, a Hair Brasil traz jornalistas da área, estilistas e indústrias de esmaltes para enriquecer o congresso.

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